quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DESIGNER INSTRUCIONAL

Por Thonny Hawany




Segundo Pierre Lévy (1993, p. 17), “vivemos um destes ratos momentos, em que, a partir de uma nova configuração técnica, quer dizer, de uma nova relação com o cosmos, um novo estilo de humanidade é inventado”.

Com o advento das novas tecnologias, muitas profissões consagradas deverão morrer ao mesmo tempo em que outras nascerão para atender a um novo mundo conectado. A partir da invenção da internet, as relações humanas mudaram significativamente e para melhor, a meu ver. Seria preciso escrever um tratado, caso ousássemos enumerar todas as mudanças a partir da invenção dos mecanismos que possibilitaram a interação a distância, a exemplo da televisão, do rádio, dos satélites, da internet, do telefone celular, dentre outros.

O nosso objetivo aqui não é falar dos avanços desencadeados na era da cultura digital, mas definir e estabelecer algumas características da profissão de designer instrucional, também chamada de designer educacional, atividade supervalorizada, principalmente, a partir da invenção da educação a distância. Assim sendo:
O que é um designer instrucional? É o profissional responsável pela criação, desenvolvimento e execução de projetos educacionais, com especial destaque para os projetos de implantação de cursos oferecidos à distância. O DI, como é chamado o designer instrucional, tem se tornado um profissional muito requisitado, no mundo do trabalho, a partir da expansão da educação a distância.

Qual é o trabalho de um designer instrucional? Segundo o Ministério do Trabalho, o DI é o profissional que planeja, cria, executa, avalia e coordena o desenvolvimento de projetos instrucionais a fim de facilitar o processo de ensino e aprendizagem.

Qual é o campo de ação do designer instrucional? Ainda segundo o Ministério do Trabalho, o DI atua tanto nos cursos acadêmicos, quanto nos corporativos, em todos os níveis de ensino, com a finalidade de diminuir a distância entre os sujeitos da aprendizagem: professor e aluno.

A profissão de DI está no auge, no entanto há poucos profissionais para atender a grande demanda do mercado editorial e instrucional que cresce todos os dias, em todos os lugares. O DI é um profissional que deve conhecer de gestão, de educação e, acima de tudo, de novas tecnologias.

Em síntese, com o amadurecimento das instituições acadêmicas e corporativas no oferecimento de educação a distância (EAD), o DI tende a se tornar um profissional imprescindível no processo, visto que sua formação lhe dá embasamento para convergir conhecimentos educacionais, tecnológicos e de gestão. Encontre o seu curso em design instrucional e seja um DI de sucesso.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informação. São Paulo: 34, 2004.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.
SENAC. Designer Instrucional: conceitos e competências. São Paulo: SENAC, 2013. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

VIII Cacoal Rainbow Fest: Cacoal Rondônia




A Cacoal Rainbow Fest é mais que uma festa. Trata-se de um evento criado em 2006 com a finalidade de dar visibilidade ao movimento LGBT que estava sendo criado no município de Cacoal que mais tarde veio a se denominar de Grupo Arco-Íris de Rondônia (GAYRO).
Naquela época tudo era muito mais difícil. Falar de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais ainda era um tabu no interior do Estado de Rondônia, quanto mais falar em fazer uma festa para confraternização de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Pensando em não afrontar a sociedade, fizemos a primeira festa há aproximadamente cinco quilômetros de Cacoal, no espaço denominado Castelinho do Cupim. Hoje, em face das conquistas, oito anos depois, estamos realizando a Rainbow no centro de Cacoal, na Castellu's.

Desde sua primeira versão, a Cacoal Rainbow Fest conta com a presença de heterossexuais amigos e simpatizantes do movimento LGBT. Com o decorrer dos anos, a presença dos amigos heterossexuais e de familiares tem aumentado gradativamente.

Neste ano, a comissão organizadora quer mostrar que homossexuais e heterossexuais podem conviver em harmonia, por isso, a Cacoal Rainbow Fest de 2013 tem como objetivo reunir o maior número possível de heterossexuais e homossexuais no mesmo lugar para confraternizarem entre si num evento inclusivo.

Em 2013, a Cacoal Rainbow Fest contará com a presença marcante do jovem DJ Flyer e também com ambientes e shows da melhor qualidade.

A VIII Cacoal Rainbow Fest acontecerá no dia 30 de novembro, na Castellu’s – centro de Cacoal/Rondônia. Segundo Thonny Hawany, presidente do Grupo Arco-Íris de Rondônia e presidente da comissão organizadora, além dos shows, estão sendo preparadas iluminação e decoração especiais para o local do evento. Venham e divirtam-se em companhia de muita gente bonita. Essa você não pode perder.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

II ENCONTRO AMAZÔNICO DA DIVERSIDADE SEXUAL É REALIZADO EM CACOAL


Por Thonny Hawany
 
No último dia 17 de maio de 2013, por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Homofobia, o Grupo Arco-Íris de Rondônia – GAYRO – realizou o II Encontro Amazônico da Diversidade Sexual, no Plenário da Câmara Municipal de Cacoal, com o apoio da FACIMED; do Governo do Estado de Rondônia, por intermédio da Representação de Ensino de Cacoal; do Conselho Municipal de Saúde; da Polícia Militar do Estado de Rondônia, da Secretaria Municipal de Ação Social de Cacoal e da Câmara Municipal de Cacoal.

No II Encontro Amazônico da Diversidade Sexual (ENADIS) foram discutidos três temas: Saúde e Diversidade, com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da FACIMED, Paula Werner Severo; Segurança e Diversidade, com o Tenente Marink, do 4º Batalhão de Polícia Militar de Cacoal e Educação e Diversidade com a professora Fátima Gavioli, atual representante de ensino de Cacoal e região.

O II ENADIS foi presidido pelo professor Thonny Hawany, atual presidente do Grupo Arco-Íris de Rondônia que, em seu discurso, fez lembrar as lutas e aS vitórias já conquistadas no Município de Cacoal e região desde a fundação da ONG Arco-Íris, em 2006.

A professora Fátima Gavioli, depois de uma emocionante narrativa de história de vida, falou de sua relatoria no Conselho Estadual de Educação com o intuito de aprovar a inclusão do nome social de travestis e transexuais nos diários e documentos escolares, em todas as escolas no Estado de Rondônia.

Na sequência, a psicóloga e professora de psicologia da FACIMED, Paula Werner Severo, apresentou algumas considerações históricas da homossexualidade, falou da relação homossexualidade e psicologia e deu ênfase ao fato da homossexualidade não ser doença, daí, ser desnecessário e impossível seu tratamento como querem alguns fundamentalistas.

O tenente Marink, 4º BPM/Cacoal, falou sobre o Regimento da Polícia Militar de Rondônia mencionando as mudanças que foram feitas com relação ao tratamento e abordagem das pessoas travestis e transexuais. Para o tenente, as mudanças no comportamento das instituições dependem de mudanças consolidadas no comportamento social.

Militantes LGBT ligados ao grupo Arco-Íris de Rondônia afirmaram que o evento cumpriu seus objetivos iniciais de visibilidade e de fomentar discussões a respeito de direitos da comunidade LGBT no âmbito da sociedade.

 

A secretária de ação social do município de Cacoal, Izabela Lisboa Funari Borghi, afirmou que uma das metas de sua gestão à frente da referida secretaria é a criação do Conselho Municipal de Direitos Humanos com assento para todas as minorias representadas por instituições devidamente regulamentadas junto aos poderes públicos. Bela afirmou ainda que sua equipe tem trabalhado, diuturnamente, em favor da não discriminação das minorias, incluindo o público LGBT.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO É AUTORIZADO EM RONDÔNIA

Fica determinado que os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais do Estado de Rondônia deverão receber os pedidos de habilitação para casamento de pessoas do mesmo sexo
A Corregedoria-Geral da Justiça de Rondônia publicou no Diário da Justiça Eletrônico desta sexta-feira, 26 de abril de 2013, o Provimento 008/2013-CG que dispõe sobre a habilitação direta para o casamento entre pessoas do mesmo sexo e conversão de união estável em casamento nos cartórios de registro civil do Estado de Rondônia. O Provimento tem como base o que estabelece a Constituição Federal com relação ao respeito à dignidade da pessoa humana e a isonomia de todos perante a lei, sem distinções de qualquer natureza, inclusive sexo, conforme os princípios explícitos no inciso III do artigo 1º, no inciso IV do artigo 3º, no caput e no inciso I do art. 5º.

Segundo o desembargador corregedor, Miguel Monico Neto, a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.277/DF e da ADPF nº 132/RJ, em que se reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, atribuiu aos conviventes homoafetivos os mesmos direitos e deveres decorrentes da união estável heterossexual, com eficácia erga omnes e efeito vinculante. "Estamos apenas ratificando as decisões dos Tribunais Superiores, inclusive o STJ no julgamento do REsp n. 1183378, que também já tinha autorizado o casamento entre pessoas do mesmo sexo".

Com o Provimento fica determinado que os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais do Estado de Rondônia deverão receber os pedidos de habilitação para casamento de pessoas do mesmo sexo, procedendo na forma do § 1º do art. 67 da Lei nº 6.015/73. Também fica determinado que as serventias (cartórios) devem, caso seja solicitado, fazer a conversão de união estável em casamento de pessoas do mesmo sexo.

Autor: TJ-RO
Fonte: TJ-RO

quarta-feira, 24 de abril de 2013

PARA ONDE O VENTO LEVOU A MENSAGEM DA PRIMEIRA MISSA?


Moises Selva Santiago (*)

Diz a história que a Primeira Missa no Brasil foi realizada a 26 de abril de 1500. Portugueses exageradamente vestidos para o calor daquela praia baiana rezaram ao lado de índios naturalmente nus. Multicoloridas araras aproveitaram o vento para voar, como que gargalhando da solenidade. Pelas velas infladas, os d’além mar estavam ali com os de cá, todos desconfiados. Haveria vento para os levar – para onde?

Era o domingo de páscoa. Pero Vaz de Caminha testemunhou que o frei Henrique de Coimbra fez a homilia “e pregou uma solene e proveitosa pregação, da história evangélica; e no fim tratou da nossa vida, e do achamento desta terra, referindo-se à Cruz, sob cuja obediência viemos, que veio muito a propósito, e fez muita devoção.”

O frei Coimbra fez o que um pregador da Palavra de Deus precisa fazer em qualquer época. Pregou a história do Evangelho. Aplicou essas verdades à vida cotidiana. Contextualizou o momento histórico. Não se desviou da mensagem da Cruz. Ressaltou a obediência a Deus. E incentivou nos fiéis uma vida de devoção. Uma mensagem com propósito e alvos definidos. Entretanto, o que aconteceu com o cristianismo iniciado na Primeira Missa? Teriam as palavras do frei se perdido na Mata Atlântica? Nas ondas do mar? Nos corações dos curumins? Ou foi o vento que tudo levou?

Na clássica película cinematográfica, o vento conseguiu levar os personagens a caminhos distintos do desejado. Intriga, traição, fome, paixão, recomeço... E nesses cinco séculos, parece que o mesmo aconteceu com os cristãos brasileiros. Sem querer discutir se teria ou não que ser assim, preocupa-me a pregação atual em nossos templos. História evangélica – somente a parte do “pedi e dar-se-vos-á”. Vida pessoal – somente os versículos das promessas de bênçãos. Contextualização do texto bíblico – somente para exigir coisas a Deus. Obediência cristã – somente se for para atender às pretensões egoístas. Devoção a Deus – somente se os atos religiosos agradarem ao gosto pessoal. Realmente, não deveria ter sido esse o eco das palavras de frei Coimbra.

Quando escrevo algo assim, uns ficam desconfiados de minha fé, outros gargalham dizendo que sofro de nostalgia teológica. Mas, não estou sozinho ao rever as pegadas nas areias daquela praia até hoje. Ao atestar os imensos desafios vencidos para a construção do cristianismo “brasileiro” – e em nome dos muitos mártires e dos novos “curumins” – tenho a certeza de que podemos melhorar nossa expressão de fé em Jesus. E conseguiremos isto quando nos púlpitos for pregado o Evangelho de Jesus (e não historietas de auto-ajuda), com aplicações à vida atual (e não blábláblá insosso), incentivando a fé na Soberania Divina (e não parindo insubmissos desrespeitadores preconceituosos). Dessa forma, os fiéis de nossas Igrejas saberão a que vieram a essa Terra e serão verdadeiros servos adoradores sob a sombra da Cruz.

Isso me faz lembrar Jesus quando ensinou que uma casa edificada sobre a rocha suporta todas as tempestades – os ventos fortes! – e não cai. Talvez tenha sido essa a intenção de frei Coimbra: a edificação de um cristianismo sobre a Rocha. Que paga o preço de suportar quaisquer ventos inabalavelmente. Que proclama uma mensagem simples e solene, alegre e reverente, cativante e transformadora. Que proporciona uma reflexão proveitosa sobre a razão de viver. E que anuncia a única pregação para o coração humano, capaz de oferecer remissão pela Graça de Deus.

(*) O autor é jornalista, professor de ensino superior e pastor batista.